domingo, 31 de agosto de 2008

Memórias

Hoje passei na casa (Aquela casa),
Onde me sentava contigo, horas, em silêncio…
Gritos mudos ecoavam nas paredes vazias,
Enraivecidas pelo tempo, pesadas de fardos d’outrora,
Gritando também elas de desespero.
Ainda sinto o frio da pedra onde nos sentávamos,
Percorre o meu corpo como espada afiada,
Dilacerando a minha alma.
Saudade…
Do raio de sol tímido que escapava por entre os ramos do cedro,
Iluminando os nossos rostos envergonhados,
Por palavras nunca ditas (e sentidas).
Dá-me a mão!
E ali ficávamos enternecidos por promessas não ditas,
Ali depositadas e em mim e em ti (não sei)...
Fomos felizes sem palavras.
A casa (Aquela casa),
Desmoronou-se lentamente, comigo, contigo, com as palavras proferidas,
Amargas, doces… Que importa?
O sol já não espreita,
As paredes ruíram de dor,
As promessas morreram ali,
Em ti, em mim (não sei).
A pedra continua, firme e fria,
Lembrando dias de calor jamais esquecidos.
Photo by: a.m