segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Estas linhas que te escrevo

Estas linhas que te escrevo
................................................................. [Com sabor a sal]
São linhas e entrelinhas de pensamentos bruscos e sem sentido,
Que se perdem no sentido que dei ao que chamo de vida.
Não são mais,
Que sufocos adormecidos pelo tempo,
Por poeiras de optimismo transformadas em ilusões incandescentes,
Entre os olhos de quem me olha, com paixão mas sem razão…
São desejos e sonhos envoltos em medos,
Da rejeição de quem em mim colocou utopias elevadas em pedestais,
Alimentando esperanças num leito infértil.
E assim perdi,
A noção da essência do meu ser, e não me encontro, nem me reconheço,
Por entre os fragmentos das minhas entranhas e a superfície polida que todos olham e vêm.

Se eu não me vejo, como consegue alguém me ver ?

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Hoje apeteceu-me...

Hoje apeteceu-me construir algo novo,
Diferente de tudo o que construi até agora.
Hoje apeteceu-me deitar por terra tudo o que foi feito,
Todos os sonhos, todas as ilusões.
Hoje apeteceu-me fazer nascer um novo eu,
Renascer por entre fragmentos daquilo que um dia fui.
Hoje apeteceu-me deixar-te,
Trocar-te por algo mais leve, mais fresco, mais sensível.

[E olhando para outra direcção, partir para um novo sentido]

Hoje apeteceu-me sentir pela primeira vez,
Um olhar por entre um rosto envergonhado.
Hoje apeteceu-me lutar pelo desejo,
Seguir o coração pelos caminhos que não conhece.
Hoje apeteceu-me tocar-te
Sentir a tua pele, o teu calor.
Hoje apeteceu-me, mas não fui capaz
E então saciei-me apenas com um leve toque confundido por entre a multidão
Na esperança de que amanha me volte a apetecer
E seja capaz,
De sentir novamente.

Photo by: a.m