domingo, 31 de agosto de 2008

Memórias

Hoje passei na casa (Aquela casa),
Onde me sentava contigo, horas, em silêncio…
Gritos mudos ecoavam nas paredes vazias,
Enraivecidas pelo tempo, pesadas de fardos d’outrora,
Gritando também elas de desespero.
Ainda sinto o frio da pedra onde nos sentávamos,
Percorre o meu corpo como espada afiada,
Dilacerando a minha alma.
Saudade…
Do raio de sol tímido que escapava por entre os ramos do cedro,
Iluminando os nossos rostos envergonhados,
Por palavras nunca ditas (e sentidas).
Dá-me a mão!
E ali ficávamos enternecidos por promessas não ditas,
Ali depositadas e em mim e em ti (não sei)...
Fomos felizes sem palavras.
A casa (Aquela casa),
Desmoronou-se lentamente, comigo, contigo, com as palavras proferidas,
Amargas, doces… Que importa?
O sol já não espreita,
As paredes ruíram de dor,
As promessas morreram ali,
Em ti, em mim (não sei).
A pedra continua, firme e fria,
Lembrando dias de calor jamais esquecidos.
Photo by: a.m

7 comentários:

Blood Tears disse...

"O sol já não espreita,
As paredes ruíram de dor,
As promessas morreram ali,
Em ti, em mim (não sei)."

As promessas esquecidas e os sonhos desmoronados.....

Adorei....

Scorpshine disse...

É preciso tecer frases repletas de sentimento, verdade e sentido poético para que esse mesmo conjunto de palavras faça estremecer a minha alma por momentos, tal como estas que aqui escreveste fizeram estremecer.

Está simplesmente lindo e verdadeiro, numa só palavra: autêntico.

a.m disse...

Blood... Não passamos de promessas (des)feitas, sempre presentes em nós faz-nos únicos e semelhantes ao mesmo tempo.

Scorpshine... pedem-me tantas vezes para escrever algo,não consigo, apenas transmito para o papel aquilo que a minha alma grita em silênci.

Obrigada pela visita

jawaa disse...

Obrigada pela visita, antes de mais.
Encontro por aqui palavras bonitas e sentidas.
Um abraço e... força para continuar.

meus instantes e momentos disse...

voltando para te ler, gosto daqui.
Maurizio

Anónimo disse...

Muito obrigada pela visita.

Saudades e lembranças, coisas que nunca tirarão de nós. É bom colocar pra fora em forma de poesia aquilo que é verdadeiro dentro de nós...

Gostei do blog, estou linkando...

=)

O Profeta disse...

Frágil e palpitante luz
A beleza é feita de ternos murmúrios
A voz quebra a quietude do silêncio
A chuva leva a terra ao encontro dos rios

Não há fracassos no sonho
Caminhei nas nuvens para te ver do alto
Abri os braços ao relâmpago
Desci à terra, senti nos pés o frio basalto


Boa semana



Doce beijo