terça-feira, 30 de setembro de 2008


Surges bela como uma deusa
no teu negro profundo e triste,
iluminando a escuridão por onde passas
com o teu brilho inigualável.
A tua face carregada esconde um mundo secreto de pensamentos inatingíveis,
revelados em pequenos fragmentos deixados para trás.
São nesses fragmentos que encontro o meu refúgio,
Onde me revejo sem ser,
Me transformo em mim, nas incertezas que sou…
E assim continuo, procurando cada bocadinho teu,
na esperança que vivas um sonho partilhado,
que eu jamais posso viver.

a ti, que não me (re)conheces
Photo by a.m

10 comentários:

Blood Tears disse...

como segreda uma velha máxima "Amo-te não por quem és, mas pela pessoa que sou quando estou contigo"... Nos fragmentos do esplendor sonhamos com o impossível que nos encandeia...

Blood Kisses

Jo disse...

Muito bonito, isto. Um pouco triste, mas uma tristeza bela, luminosa.

Beijo*

Absiin disse...

todos podemos viver até o mais lindo dos sonhos e a mais amarga realidade.. mas o que nunca podemos deixar de sonhar.. é o que torna a vida interessante.. o q nos faz viver intensamente.. ^^

nao deixes de sonhar e nunca desistas dos teus sonhos..

o limite é o céu.. nunca digas nunca.. e luta sempre ^^

beijo grande*

Carlos disse...

fragmentos de vida e quiçá de esperança.
Bocadinhos de um puzzle, que juntos iluminam e fazem do negro luz...

:)

Anónimo disse...

Não ter alguém mas poder sonhar com ela, alivia um pouco a sua ausência. O que não podemos nunca, é perder a capacidade de sonhar, como disse alguém num comentário acima. Isso nunca!

Hélia Pereira disse...

^^

Anónimo disse...

Adoro a musicalidade e a profundidade deste texto ..


"no teu negro profundo e triste"

:) *

Mistress disse...

Falas das minhas palavras
Mas as que escreves são maravilhosas.

Vou te por na minha lista.

Irás contar com mais comentarios meus.

Mistress

Ramon de Alencar disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ramon de Alencar disse...

...
-Tuas palavras me relembraram um
soneto de um antigo poeta Pernambucano. vou compartilhar contigo... ele se chamava Carlos Pena Filho.

Soneto
O quanto perco em luz conquisto em sombra.
E é de recusa ao sol que me sustento.
Às estrelas, prefiro o que se esconde
nos crepúsculos graves dos conventos.

Humildemente envolvo-me na sombra
que veste, à noite, os cegos monumentos
isolados nas praças esquecidas
e vazios de luz e movimento.

Não sei se entendes: em teus olhos nasce
a noite côncava e profunda, enquanto
clara manhã revive em tua face.

Daí amar teus olhos mais que o corpo
com esse escuro e amargo desespero
com que haverei de amar depois de morto.